Uma das grandes dificuldades
que o Parkinson impõe aos pacientes é justamente descobrir o que está
acontecendo no organismo. Por que o tremor? O que causa a lentidão dos
movimentos? O que faz a musculatura enrijecer? Enfim, o diagnóstico do
Parkinson é um desafio até para os especialistas, uma vez que não existe um
único exame que leve ao desfecho. Mas, tudo indica que estamos muito próximos
deste teste. Um estudo realizado na University of Southern California, em Los
Angeles, descobriu que pacientes de Parkinson têm níveis diferentes de uma
certa proteína ligada à doença, em comparação às pessoas saudáveis. E,
curiosamente, esta proteína sai nas lágrimas.
Os pesquisadores resolveram
estudar as lágrimas porque elas contêm várias proteínas produzidas nas células
secretoras da glândula lacrimal, que é estimulada pelos nervos a colocar tais
proteínas nas lágrimas. Como o Parkinson afeta a função dos nervos, levantaram
a hipótese de que qualquer alteração pudesse ser notada nos níveis das
proteínas.
Para o neurologista Mark F.
Lew, autor do estudo, o grande benefício desta descoberta é a possibilidade de
se fazer o diagnóstico de maneira não invasiva e de forma tão simples. O custo
baixo também seria outro benefício importante.
Mark F. Lew também acredita
que, ao detectar um marcador da doença, até os tratamentos podem ser
aprimorados ou mesmo iniciados antes de a doença se instalar e incapacitar o
paciente.
Parkinson é uma doença
progressiva e degenerativa, que atinge o sistema nervoso central e afeta 1% da
população mundial acima de 65 anos. Ela leva a uma diminuição da produção de
dopamina, o que compromete o controle motor e os movimentos dos pacientes.
Até o momento, o diagnóstico
do Parkinson é feito após avaliação clínica em consultório. O médico avalia a
presença de tremores, a rigidez das pernas, dos braços e do tronco, a lentidão
e diminuição dos movimentos e a instabilidade na postura. Com dois destes sintomas,
já é possível concluir o diagnóstico. Quando ainda há dúvidas, o neurologista
pode recomendar a medicação levodopa, a mais utilizada no tratamento da doença,
por um tempo. Se há melhora, o diagnóstico é fechado.
OUTROS ESTUDOS SOBRE
DIAGNÓSTICO DO PARKINSON
No início do ano, um estudo
realizado na Escola de Medicina da Universidade Juntendo, no Japão, concluiu
que baixo nível de cafeína e de seus metabolitos no sangue pode ajudar a
diagnosticar o Parkinson de Início Precoce, aquele que atinge pessoas com menos
de 50 anos de idade. Saiba mais aqui.
No ano passado, a Universidade
Manchester, no Reino Unido, iniciou uma pesquisa com cães para descobrir se
eles conseguem detectar a doença de Parkinson em pessoas ainda não
diagnosticadas. A ideia do trabalho surgiu após uma escocesa, bastante sensível
a cheiros, notar a mudança no odor do marido seis anos antes de ele receber o diagnóstico
e apresentar os primeiros sintomas do Parkinson.
Atualizado em 02/03/2018.
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